O GRANDE ASSUNTO DO ENSINO DE JESUS

Sendo Jesus o maior de todos os mestres, poderíamos perguntar: Qual era o assunto ou tema do seu ensino? Alguém poderia dizer: “a salvação dos pecadores”

Por certo, o Senhor Jesus não se esqueceu desse problema, nem deixou fora de sua cogitação. Entretanto, na realidade, o seu grande tema foi: o reino de Deus. Os evangelhos, conhecidos como sinópticos (Mateus, Marcos, e Lucas),  se ocupam constantemente com as novas do reino, como também o apóstolo João, em seus escritos

O Senhor Jesus deu início ao seu ministério com a pregação da chegada do reino, dizendo: “Desde então começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus […] E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas a as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt 4.17,23)

Jesus não só pregou e ensinou, mas também curou. Nenhuma enfermidade lhe foi demasiadamente difícil de curar, nenhuma aflição foi tão complicada que não pudesse ser resolvida.

Os milagres de cura que Cristo realizou tinham um significado tríplice:

  • Confirmavam sua mensagem (Jo 14.11)
  • Revelavam que, de fato, Ele era o Messias das profecias (Is 35.5; 53.4; 61.1; Mt 11.2-6
  • Comprovaram que, em certo sentido, o reino já havia chegado, porque, como recomendou, o conceito de reino inclui benção, tanto para o corpo como para a alma.

Grandes bençãos estavam reservadas para todos aqueles que, pela graça soberana, confessassem e abandonassem seus pecados e começassem a viver para a glória de Deus.

Por outro lado, a condenação estava prestes a cair sobre impenitentes. Como soberano Senhor, Deus estava prestes a manifestar-se de forma mais ativa, tanto para a salvação como para a condenação.

No sermão da montanha, o tema que permeia todo o discurso foi o “reino de Deus”. O texto começa desse modo: “ Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.3). Ao longo de todo o discurso, esse reino e mencionado repetidas vezes (Mt 5.10,19,20; 6.10,33; 7.21)

Quando Jesus, mais tarde, começou o seu notável método de ensino por parábolas, o seu exórdio era geralmente este: “ O Reino dos céus e semelhante” ( Mt 13), ou “A que assemelharei o Reino de Deus”? (Lc 13.18)

Quando enviou os doze apóstolos, a ordem que lhe deu foi a seguinte: “E, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus” (Mt 10.7). Quando enviou outros setenta, impôs-lhe mesma norma: “E, depois disso, designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir[…]E curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: É chegado a vóz o Reino de Deus”(Lc 10.19)

Os judeus esperavam “o bom tempo” que iria raiar.  E o nome desse bom tempo era o “ Reino de Deus”. Seria uma idade áurea, uma era feliz. Período esse que acalentou, por muitos anos, a esperança dos descendentes de Abraão. Tal esperança , enraizada no coração do povo, tinha sido acendida pouco antes de o Senhor Jesus começar o seu ensino, pelo aparecimento súbito e pela vigorosa pregação de João Batista que anunciava as multidões que o buscavam: “O Reino dos céus está próximo”.

Agora chegamos ao momento de apresentar uma definição do Reino de Deus, pois o Senhor Jesus não o declara explicitamente, e é difícil resumir todos os aspectos a que Ele se refere. Às vezes, Jesus fala do Reino como consistindo de pessoas, como, por exemplo, nas seguintes palavras: “ Deixai vir os pequeninos a mim e não os impeçais, por que dos tais é o Reino de Deus”(Mc 10.14). Em algumas ocasiões, fala do Reino de Deus como uma coisa ( o supremo bem) da vida humana, com neste texto: “ Mais buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas serão acrescentadas (Mt. 6.33)

Finalizo, com uma pergunta: O que é o Reino de Deus do qual falam os evangelhos?. Refletindo sobre esse grande assunto da pregação de Jesus, chegamos a conclusão de que o discurso de Jesus e maravilhosamente elevado, nobre e inspirador. Isso porque trata das maiores esperanças para o futuro dos homens, ocupa-se com a regeneração (Mt 19.28); ou seja, com uma nova criação da humanidade, da sociedade e, afinal, de todas as coisas.

 

Pr. Antonio José Araújo
Líder / Área missionária da SEMADEMA em Caraíbas
São João do Soter-ma