‘’Porque todo aquele que invocar nome do Senhor será salvo. Como, pois invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam boas novas!” (Rm 10.13-15)
Há muito o quê se falar sobre missões. Apesar de mais de dois mil anos de historia da igreja, estamos muito distantes dos moldes da igreja primitiva. Devemos praticar missões no nosso dia-a-dia e não somente falar sobre missões. Estaremo neste estudo abordando algumas das questões principais que envolvem membros ministério e igreja como um todo no compromisso da obra suprema do mestre Jesus -Missões,
Introdução a Missões
Missões é um dos assuntos mais palpitantes relacionados com o serviço cristão É, do ponto de vista humano, tão antigo quanto Adão, o primeiro homem. Mas, do ponto de vista da Bíblia Sagrada, podemos vê-la no próprio Deus, Criador eterno e misericordioso. Por isso, Missões é um assunto profundo e abrangente.
Ao longo dos séculos, o homem tem se afastado do criador em busca de novas formas de adoração. Deuses pagãos tem ocupado o lugar do eterno criador no coração da humanidade, fazendo-se, necessário o reencontro do o homem com Deus.
Esperamos que este curso o conduza a duas Gíitudes: a primeira, buscar o aprofundamento do estudo de Missões; e a segunda, praticar Missões por toda a sua vida cristã em quaisquer modos possíveis.
O Que é Missões?
A palavra missão no latim missione do verbo mittere, significa ação, tarefa ordem, mandato, compromisso, incumbência, encargo ou obrigação de enviar missionários,
No grego à palavra apostole que em português é apostolo e significa alguém enviado por ordem de outrem para realizar uma tarefa.
Objetivos de Missões
Missão é a ação da igreja no sentido de cumprir a sua tarefa: evangelização, implantação de novas igrejas, serviços sociais, educativos e culturais.
O Senhor Jesus constituiu a Igreja como a única agência do Reino de Deus na terra encarregada de anunciar as boas novas de salvação.
O evangelho é a mensagem de que o mundo tanto carece. Os cristãos vem pregando esta mensagem, a mais de dois mil anos e ela contínua sendo, a cada dia sempre nova e eficaz.
Qual é o nosso Verdadeiro Alvo na Obra Missionária?
O objetivo ou alvo de missões é justamente congregar em Cristo o maior número possível de discípulos de todos os povos da terra. Discípulos esses, que obedeçam a grande comissão ordenada pelo mestre.
Não podemos contundir os meios e métodos como o objetivo. Isto é não podemos simplesmente anotar conversões em nossos relatórios com fins estatístico temos que fazer discípulos. O missionário tem que a cima de tudo se identificar com cultura do povo a ser evangelizado, para poder pregar o Evangelho de forma inteligível, tornando os ouvintes receptivos à mensagem.
Jesus, O Missionário por Excelência
No contexto do Evangelho de João 3.16., verificamos que o Senhor Jesus Cristo é o divisor de águas de nossas vidas e da Historia Universal. Ele é o único cuja histór afeta a vida humana. Ninguém çoóe ficar alheio à sua vida e obra. É o nosso mode em tudo; a Bíblia diz que em tudo foi perfeito; e n’Ele que devemos nos inspirar. Ele é missionário por Excelência.
A perfeição e a singularidade que encontramos na vida e ministério de Jesus são algo nunca visto na história. Não procurava status e associava-se com os pecadores; publicanos e prostitutas; (Mt 11.19; 21.31-32) embora santo, perfeito e impecável foi submetido aos nossos sofrimentos e provações. Rompeu barreiras geográficas, culturais, étnicas e religiosas. Eis o medeio de missionário Jesus é de todos e para todos; é o único Salvador do mundo; é dever nosso levar o seu nome para as nações. (Lc. 24.47; At 1,8)
O Manual de Missões
Toda a missão só pode ser sadia e eficiente se, além de reconhecer a Bíblia como única e infalível Palavra de Deus, também usá-la como seu manual de missões e de todas as afividades missionárias. (2Tm 3.16-17)
Todos os cristãos reconhecem a origem divina das Escrituras.
É na Bíblia que encontramos às primeiras missões. Além disso, nos mostra como plantar igrejas locais, as estratégias de evangelização, as possíveis atividades de um missionário no campo, o papel da igreja missionária e os problemas enfrentados no campo missionário. Essas coisas nos inspiram e orientam como fazer missões,
A bíblia é o manual de missões por excelência porque é a revelação de Deus humanidade. Além de ser a única fonte inspiradora de Teologia e ética, ela nos ensina como fazer missões.
Missões está em todo o contexto bíblico. O propósito fundamental da Palavra de Deus é a redenção humana e missões se insere neste contexto, é correio afirmar que está presente desde o Gênesis ao Apocalipse. Essa presença pode ser direta ou indireta, nas ilustrações, figuras profecias. O livro de Atos se sobressai em missões registra os grandes trabalhos missionários.
O Espírito Santo e Missões
O Espírito Santo é o poder para missões. Os discípulos deveriam ficar Jerusalém até serem revestidos desse poder, pois não podiam começar a obra Deus sem o revestimento do Espírito.
Jesus disse que a função do Espírito Santo é convencer o mundo do pecado da justiça e do juízo (Jo 14.26; 16.8-11), Por isso, antes de anunciar o Evangelho, os discípuios tiveram de esperar a vinda do Espírito Santo (Lc 24.44-48).
Então concluímos que o Espírito Santo atua como orientador da missionária.
1.Ele conduz os discípulos a entenderem que o Evangelho é para os outros povos (At 10.44-48)
2.Ele guia os obreiros aos campos missionários (At 8.26; 16.6-7),
3.Ele chama os obreiros às missões transculturais. (At 13.2)
Para que Missões
Falar em Missões sem querer saber para que tazemos Missões é o mesmo que andarmos no escuro. Paulo, o grande missionário, foi sempre consciente de que há um objetivo a ser alcançado em Missões. Das três indagações feitas por Paulo, no texto que você copiou, a segunda interroga: Como crerão naquele de quem ouviram? Sabe qual é a resposta? Missões. Sim, Missões existe para levar Cristo a todas as pessoas, fazendo-as crer que Ele é eterno e suficiente Salvador.
As estatísticas mostram hoje, que evangelizar o mundo e principalmente os povos não alcançados é um desafio. Não podemos mais visualizar um mundo rodeado de barreiras sociais e políticas, por que Deus está derrubando todos os bloqueios de Satanás. O evangelho precisa chegar as grandes cidades do mundo como: Tóquio, Bombaim, Calcutá, Cairo e outras que aparentemente estão fech para o evangelho, mas a população geme sobre o impacto do pagar buscando outra forma de vida após c morte para aliviar o sofrimento do corpo presente.
Não podemos ser indiferentes ao fato de apenas 7% de todos os missionários enviados ao mundo trabalharem entre os hindus, budistas e muçulmanos, povos representam 50% da população do mundo.
Para que fazer missões? Calcula-se que hoje menos da metade da população do globo terrestre já ouviu falar do evangelho, e a outra, maioria absoluta representa cerca de 3,2 bilhões de pessoas, estão envolvidas nas trevas espirituais
A África é o continente que mais cresce na aceitação do evangelho, porei suas práticas pagãs continuam arraigadas ao povo. O sincretismo é um gre problema em muitas áreas. Um real arrependimento de pecado e das obras trevas está faltando e muitos cristãos africanos continuam com medo das feitiçar dos espíritos.
As verdades fundamentais do Evangelho precisam ser anunciadas, sob p de chegarmos na presença do Nosso Senhor com as mãos sujas de sangue da r geração. Somos responsáveis pelos que vivem em nossa cidade. Ou nós falamos de Cristo agora ou um dia será muito tarde para os perdidos e para nó salvos.
Se fizermos uma retrospectiva da obra missionária realizada nas últimas décadas, observaremos que a igreja contemporânea preocupou-se em plantar o evangelho no mundo ocidental esquecendo-se definitivamente do mundo oriental. Por esta razão, os povos esquecidos se multiplicaram formando hoje mais da metade da população do mundo mergulhada nas trevas espirituais.
Fazer missões no final desta década representa um desafio transcuitural a ser vencido pela igreja responsabilizada por Cristo para este trabalho.
Já sabemos que o objetivo de Missões é levar todos à salvação; porém, podemos ir mais além do seu objetivo.
Dentro da visão missionária de Jesus, a salvação destina-se a todas as gentes de todos os povos da face da terra.
Em todos os lugares da ferra o Evangelho deve ser pregado. Isto está provado em Mateus 28.19: “Portanto ide, ensinai todas as nações”. Jesus disse ide a todas as nações ou o mesmo que “ide ao Brasil, Japão, Coreia, indonésia, África e todos os demais países”. Salvação é uma dádiva oferecida independente de cor, raça, idioma e posição social.
Além do texto bíblico já mencionado, Marcos 16,15 e Tito 2.11 também mostram:
O Evangelho é para todos em todos os lugares. Utilizando Ates 1.8, Edison Queiroz em seu livro “A Igreja Locai e Missões” dá-nos uma visão missionária global e estabelece quatro pontos estratégicos cora se fazer Missões.
1. Jerusalém: É o trabalho missionário em nossos lares, vizinhança, escola, faculdade, trabalho etc. Este cempo é muito vasto. Você já evangelizou alguém de sua família? Ou seu colega de faculdade? Pense nisto agora.
2. Judéia: É o trabalho realizado nas vilas e bairros próximos; este campo.
parece sem nenhuma importância, porém não há dúvidas de que é um excelente local para uma boa pescaria. Existem grandes bairros e vilas onde há milhares de pessoas precisando ouvir a mensagem do Evangelho.
3. Samaria: É o trabalho realizado em cidades mais distantes, no interior do país, o que se pode chamar de “missões nacionais”.
4. Confins da Terra; É o trabalho missionário realizado em todo o mundo, isto é, “missões estrangeiras”. Com a abertura nos países comunistas, é de grande
importância invadir esses países com missionários implantando igrejas, escolas bíblicas e realizando outros ministérios. Nunca o mundo esteve tão aberto para
o trabalho missionário como no momento atual. Não sabemos até quando durará tal abertura. Está na hora de obedecermos ao IDE de Jesus.
O mesmo livro de Atos que estabelece os lugares onde deve ser proclamado o Evangelho, também nos dá um programa geral Da expansão da proclamação através do trabalho missionário. Havia um crescimento quantitativo;
1. Almas “acrescidas” (Leia Atos 2,41-42,47]
2. O número de discípulos “continuava a se multiplicar” (Leia Atos 6.1,7;9.31).
Crescimento quantitativo era evidente por causa do crescimento espiritual, comunhão, compartilhamento, adoração e testemunhos dos crentes, (Leia Atos 2.41,47). Os apóstolos e alguns outros ouviram a ordem do Senhor como relata em Mateus 28.18-20 (Leia esta passagem em sua Bíblia). Certamente eles não puderam esquecer aquelas palavras e o registro da extensão do crescimento da Igreja segue o perfil geográfico de Atos 1.8 (veja no mapa da Palestina, no tempo do Novo Testamento, que está nas páginas de mapas bíblicos da sua Bíblia, a localização de Jerusalém, Judéia e Samaria). É preciso reconhecer ainda que não há mais qualquer referência em Atos à ordem do Senhor após o capítulo 1, versículo 8.
Além dos pontos estratégicos para se fazer Missões, Atos 1.8 diz que o trabalho missionário deve ser feito “ao mesmo tempo” em cada um dos quatros lugares. O trabalho dos discípulos não deveria primeiro ser iniciado e completado em um lugar para depois partirem para outro. Essa “simultaneidade” está expressa nas palavras “tanto em”, como em “até os”. A Igreja de hoje, tem avançado consideravelmente na conquista dos povos, mas temos que observar que existe grande parte da população do mundo que ainda não ouviu o evangelho. Essa grande massa tem as barreiras fransculturais da religião milenar e os costumes quase que intransponíveis ao nosso mundo moderno. Os povos não alcançados ainda são os que vivem na miséria social, cultural e económica. Só o evangelho pode mudar este quadro.
A missão da Igreja é pregar a toda criatura e não nos dedicarmos as áreas mais fáceis de serem alcançadas. Estamos fazendo missões nos lugares viáveis e com isso muitos já ouviram o evangelho muitas vezes, enquanto outros nunca ouviram falar de Jesus. Devemos fazer missões nos preocupando com o “IDE” de Jesus abrangendo o mundo e não os lugares mais perros e mais fáceis de nós.
Algumas barreiras políticas-religiosas já tem sido desfeitas pelo Senhor. O Leste Europeu, que antes sofria com a doutrina do comunismo, hoje está aberto e as adoções de missionários nesta área pouco alcançada, estão se tornando uma realidade.
Existem ainda, neste início do 3o milénio, deuses desconhecidos que serão adorados, ocupando o lugar do verdadeiro Senhor por desconhecimento do evangelho.
O apóstolo Paulo se deparou com esta realidade quando encontrou entre os atenienses essa adoração ao inexistente. Leia Atos 1 7.23. Segundo este versículo existem santuários, altares e deuses que precisam ser substituídos na vida dos homens pela verdadeira adoração a Deus.
Como Fazer Missões
A igreja precisa agir ensinando ao nosso povo o que é básico. A Bíblia é a nossa regra de fé e, praticar missões é o seu objetivo principal. Jesus ordenou a permanência dos seus discípulos em Jerusalém até o revestimento de poder. Leia Lc. 24.49. Retornar ao ensino básico é sentir a necessidade de revestimento de poder para que o mundo de hoje seja alcançado não pela palavra persuasiva, mas pela demonstração do Espírito Santo que transforma a vida das nações.
Cremos que estamos vivendo os últimos dias da oportunidade de salvação aos homens e é urgente que a obra de missões seja realizada no poder de Deus que opera milagres.
O mundo ainda está por ver o que acontecerá quando o coração de todos os crentes se incendiarem em favor da Obra Missionária. Almas se salvarão em massa; milhões de crentes estarão nos templos, nas casas e nas ruas glorificando a Cristo; os templos estarão cheios de pecadores ávidos por ouvir a Palavra do Senhor. Em Marcos 16.20 serve para nos lembrar que, acima de tudo, para se realizar uma autêntica Obra Missionária, é preciso ter a cooperação do Senhor Jesus, porque sem Ele nada podemos fazer. Jesus tem que estar em primeiro lugar em qualquer trabalho missionário.
É Jesus quem nos manda ir e também, quem nos oferece princípios orientadores para fazermos Missões. Os princípios estão demonstrados nas experiências dos primeiros missionários. Podemos observá-los sendo postos em prática por Filipe por ocasião de uma extraordinária experiência evangelística. Leia Atos 8.26 40.
Você leu o texto que trata da conversão do eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha da Etiópia, país localizado na África. Desse texto extrairemos os princípios orientadores de Missões.
1.Filipe era um homem guiado pelo Espírito de Deus
Não havia a menor possibilidade humana de uma comunicação entre Filipe e o eunuco; se aquele era judeu, de uma tradição que o impedia de juntar-se a um estrangeiro, este era um alto funcionário do governo etíope, não lhe sendo permitido conversar com um homem “comum”. Ocorre que Filipe era um homem guiado pelo Espírito e fazia o que Ele lhe ordenava.
2. Filipe não se deixava levar por preconceitos ou tradições humanas
Ele entendia que todos são pecadores e carecem da glória de Deus não importando quem e onde esteja (Leia Romanos 3,23; 5,8; e 2 Pedro 3.9b).
3.Filipe conhecia a Bíblia
Ele interpretou corretamente a passagem lida pelo eunuco. Quem quiser se bem sucedido na execução de Missões precisa conhecer a Bíblia. Ela é fundamental na realização do trabalho missionário.
4.Filipe não deixava de anunciar a Cristo
Diz o texto (vers. 35) que Filipe “abrindo a sua boca, e começando neste Escritura, lhe anunciou a Jesus”. Isto nos leva a três importantes conclusões com base no sucesso ministerial daquele extraordinário missionário:
a) Cristo deve ser o centro do nosso testemunho pessoal (II Co 2.15).
b) Cristo deve ser o centro da nossa mensagem (II Co 1.23).
c) Cristo deve ser o centro da nossa missão evangelística, pois verdadeirc
evangelismo é confrontar Cristo com os homens.
5.Filipe tinha um alvo definido – conduzir almas (o eunuco] a Cristo
Ser guiado pelo Espírito Santo, não se deixar levar por preconceitos ou tradições humanas, conhecer a Bíblia Sagrada, não deixar de anunciar a Cristo e ter um alvo definido, são princípios orientadores do trabalho missionário.
Para realizar Missões, além de aplicar princípios, é preciso haver a prática de três ações, que são: orar, contribuir e ir.
Quem deve fazer missões
A Bíblia nos ensina que é da Igreja a responsabilidade missionária primária de executar a Obra Missionária. Essa responsabilidade é coletiva e individual. A coletiva é a Igreja como reunião ou assembleia dos salvos e a individual é a de cada crente como um membro integrante da Igreja. Vamos estudar alguns aspectos de assunto apenas para podermos ter a visão geral e inicial de Missões que é o propósite desta lição.
Em Atos dos Apóstolos encontramos as primeiras igrejas cumprindo a responsabilidade de executar a Obra Missionária. Uma amostra disso está no capítulo 13.1-3.
O texto que você leu nos conta que a igreja em Antioquia separou e enviou a Saulo e Barnabé para fazer a Obra Missionária. A Igreja é a verdadeira agência missionária, responsável pelo envio e coordenação de qualquer projeto missionário. O ir não deve ser independente do enviar. Hoje, muitos querem fazer a obra missionária à revelia da Igreja, mas só a igreja tem a autoridade divina para enviar. A Igreja não pode deixar de exercer essa autoridade. Você já deve ter compreendido que o enviar não é simplesmente dar uma ordem para que alguém vá a algum lugar; é muito mais. O enviar é uma tarefa, um trabalho, um empreenáimento. Esse aspecte pode ser inferido pelas quatro ações praticaqas no versículo 3, além de Saulo e Barnabé exercerem um ministério (v. 1), terem a chamada divina (v.2), a igreja antes de enviá-los: jejuou, orou, impôs as mãos e os despediram.
O dever de fazer missões é da igreja local, ou igreja mãe, que dá os seus filhe para esta causa nobre. Se quisermos ver o mundo alcançado pelo evangelho então temos que investir nos obreiros que estão no seio ãa igreja e enviá-los aos perdidos Nós queremos dizer com isto que, quem envia os missionários é a igreja e não a agência missionária. Quem avalia o trabalho e a vida do obreiro é a igreja local. A igreja não é uma agência de turismo pronta a satisfazer os propósitos das pessoas. Ela deve ter posições claras sobre as nações não alcançadas, definição dos povos transcuiturais e acima de tudo príorizar as metas desta obra.
Para as igrejas das Assembleias de Deus em todo o Brasil foram elaboradas diretrizes com o objetivo de fazer com que o trabalho missionário seja realizado conforme o padrão bíblico. As diretrizes dizem que às igrejas:
1. Compete seiecionar, enviar, sustentar e acompanhar as atividades e ações dos missionários;
2. Devem ter ardor missionário, expresso em verdadeiro amor pelas almas
perdidas;
3. Devem promover a oração sistemática e intercessória em favor da obra missionária;
4. Devem dar apoio financeiro à obra missionária, isentas de motivação
periódica e emoções momentâneas: a captação de recursos financeiros para Missões deve ser sistemática e sacrificial;
5.Devem zelar, com máxima simpatia, pelo missionário e sua família
supervisionando seu trabalho local de modo que, na medida do possível, nada
lhe falte à bem pessoal, familiar e conceituai perante a igreja, obreiro
autoridades e sociedade do país a que serve como missionário;
6. Devem evitar insinuações áe princípios áe ética prática da vida brasíleiro
eclesiástica ao missionário, com fins de serem inculcados aos conversos no campo missionário transcultural;
7. Podem associar-se com outras igrejas da Assembleia de Deus para o sustento de um ou mais missionários, desde que determinem responsabilidade de cada uma;
8.Devem registrar seus missionários na SENAMI antes de eles partirem para o campo;
9.Devem comunicar a SENAMI: retorno de missionários, novo local de atividades, mudança de endereço do missionário, etc;
10.Devem solucionar a situação de seus missionários no caso de retorno do campo;
11. Devem evitar problemas que prejudiquem a continuidade do trabalho na
Obra Missionária, com a saída de missionários do campo;
12. Devem organizar secretarias de missões para servirem como órgão de apoio de toda a igreja no desempenho das atividades missionárias (5).
Missionário Esquecido
Em minhas viagens tenho me deparado com um fato lamentável tratando-se de obra missionária. De que missionários estão sendo enviados ao Campo, estando os mesmos completamente despreparados.
Há casos de missionários chamados por Deus que ao procurarem obedecer ao Ide de Jesus Cristo, muitas vezes levados peia euforia, acabam envolvendo seus pastores, como também todo o ministério e suas igrejas neste movimento divino, porém exercido de forma imprudente, acarretando sérias consequências, muitas vezes irremediáveis.
Quando o missionário chega ao campo, encontra as primeiras barreiras. A insegurança e a saudade são fatores que precisamos enfrentar, o fato de estar distante de sua terra natal, o desafio de aprender um novo idioma, as dificuldades de adaptação climáticas e culturais, a falta de informações gerais de seu país de origem, e tantos outros fatores preponderantes e que são muitas vezes desconhecidos do missionário recém chegado ao seu local de trabalho. A situação é agravada em se tratando de remessa financeira, pois surgem fatos desconhecidos não só de muitos pastores e igrejas, como também do próprio missionário.
Como, por exemplo, o fator (moeda), creio não ser do conhecimento de alguns, que quando enviamos receita para outros poises, pagamos impostos, e não isto não é barato. De forma que muitas das vezes quem trata do envio do missionário desconhece as implicações burocráticas, bem como leis e normas governamentais, situações estas que provocam um grande desgaste em vários sentidos, ocasionando um desânimo em manter o missionário. O que faz com que o mesmo acabe sendo esquecido.
A igreja vem deixando de cumprir os seus deveres e obrigações, o que tem trazido um grande prejuízo para a obra missionária.
Hoje como Secretário-Executivo da SENAMI (Secretaria Nacional de Missões), com uma visão mais abrangente, entendo o grande papel da SENAMI, que tem sido dada por Deus para os missionários, pastores e Igrejas como órgão da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil), a SENAMI foi criada em 1975 como órgão credenciador, a fim de que as igrejas mantivessem seus missionários cadastrados, credenciados e reconhecidos, não só pela CGADB, bem como por quem se interessar em saber sobre a procedência do missionário. Dentre muitos casos de abandono de missionários poderia citar o caso de um missionário, que em 1997 encontrei na Argentina. O mesmo se encontrava naquele país completamente esquecido por sua igreja, o que eu atribuo a uma falta de convicção, (às vezes da igreja, às vezes do missionário). Há muitos outros casos que eu poderia citar, como o de um casal de missionários que me escreveu certa vez, contando que, devido ao abandono de sua igreja, há tempos só se alimentavam de guisado e doces de cascas de bananas (só conseguiam as cascas).
Lamentavelmente muitos não estão percebendo que esses acontecimentos são criados pelo inimigo de nossas almas, que tem usado desta artimanha para enfraquecer a obra missionária.
Por Pr. Joedson Costa Dias