Indonésia

A nação é conhecida por ser o país com maior população muçulmana do mundo – 86% da população. O território da nação consiste em mais de 17 mil ilhas, o que significa grandes desafios em termos de infraestrutura e desenvolvimento. Mais de 360 etnias diferentes e 700 dialetos se somam a essa complexa situação.

A Indonésia se tornou um modelo de democracia num país muçulmano e é frequentemente destacada como um exemplo de tolerância em um país multiétnico e diversamente religioso. Alegações de que a Indonésia não seria afetada pelo Estado Islâmico por causa de seu modelo de governo foi contestada quando um ataque em Jacarta em janeiro de 2016 matou sete pessoas. Grupos radicais islâmicos são grandes desafios para a política do país.

Nesse contexto, a perseguição religiosa atinge comunidades de ex-muçulmanos convertidos ao cristianismo por parte de familiares e militantes islâmicos, sendo a opressão islâmica a principal fonte de perseguição no país. A situação é diferente em grandes cidades, com maior liberdade, principalmente para cristãos de igrejas tradicionais ou estrangeiros. Por outro lado, em certas regiões, cristãos enfrentam limitações em cultuar ou expressar sua fé, sendo monitorados de perto e sujeitos à prisão domiciliar e a abuso mental.

A igreja

Em busca do Novo Mundo e especiarias exóticas, comerciantes portugueses vieram para a Indonésia em 1511 e trouxeram o catolicismo como as primeiras sementes do cristianismo no país. O cristianismo se tornou a maior religião no leste da Indonésia, enquanto o islã permaneceu dominante nas partes ocidentais e centrais. Missionários protestantes da Holanda chegaram ao país no século 17.

Cerca de 10% da população são cristãos, de acordo com o último censo do governo em 2010. Mas uma estimativa mais realista seria provavelmente cerca de 16%, dos quais um terço são católicos. Ao todo, a igreja está fragmentada em mais de 300 denominações, criando rivalidade e desunião.

Os cristãos em áreas predominantemente muçulmanas enfrentam muitas dificuldades, mas continuam a crescer em número. No entanto, a igreja sofre com a desunião e rivalidade. Parte e resultado dessa desunião é visível no medo das igrejas em aceitar abertamente convertidos de origem muçulmana em suas congregações, embora as igrejas nas cidades tenham muito mais liberdade para fazê-lo.

A Portas Abertas tem desempenhado um papel único no país equipando os cristãos com respostas bíblicas à perseguição e conhecimento básico sobre o islã, uma necessidade considerando-se o crescente fundamentalismo islâmico e intolerância religiosa no país, manifestados em fechamentos e ataques a igrejas, bem como em prisão de cristãos.

Uma atenção especial tem sido dada aos cristãos de origem muçulmana, frequentemente isolados de sua família e comunidade, sem fonte de sustento, muitos ainda lutam em seu crescimento espiritual devido à falta de recursos e de discipulado.

 

A perseguição

Cristãos de origem muçulmana enfrentam forte pressão de sua família, amigos e vizinhos para negar a fé cristã, embora a conversão não seja proibida por lei. Principalmente em áreas como Aceh e Java Oriental, os cristãos sofrem discriminação em suas vidas privadas, bem como em seus empregos, e são obrigados a seguir a sharia. Nessas áreas, atividades cristãs são acompanhadas de perto por vizinhos e grupos radicais islâmicos.

Esses cristãos têm de ter cuidado na maneira de expressar sua fé, especialmente se são os únicos cristãos de sua família. Bíblias e outras publicações cristãs têm de ser escondidas cuidadosamente e só podem ser lidas secretamente para evitar conflitos. A amizade com outros cristãos pode se tornar um desafio nessas circunstâncias, pois colocam em perigo a eles e às pessoas ao seu redor.

As igrejas enfrentam problemas no registro de congregações e na construção de edifícios. Com base em um decreto de 2006, uma igreja só pode funcionar se sua congregação tiver pelo menos 90 membros, se tiver o consentimento de 60 vizinhos de outra fé e se tiver a aprovação de duas autoridades e do fórum de harmonia inter-religiosa. Muitas igrejas acham a permissão extremamente difícil de obter, mesmo que tenham cumprido todos os requisitos necessários. Mesmo se recebem a licença, às vezes, há falta de proteção por parte do governo e da polícia local.

O futuro

Uma pesquisa da Fundação Wahid, publicada em agosto de 2016, apontou que 8,1% da população indonésia adulta (aproximadamente 12 milhões de pessoas) mantêm crenças inflexíveis. Isso mostra que os cristãos continuam vulneráveis à discriminação social e até mesmo à violência, como é o caso em muitas áreas que vão além de Aceh nas chamadas áreas de crise.

Uma das maiores incógnitas no momento é quão fortemente as maiores organizações muçulmanas no país tentarão se opor a essas visões radicais. Os protestos em massa contra Ahok, o governador chinês e cristão de Jacarta, por suposta blasfêmia levaram mais de 200 mil pessoas às ruas. Tais protestos são um claro sinal de que a opressão islâmica na Indonésia é muito mais forte do que é comumente percebida, representando um perigo significativo para os cristãos e outras minorias religiosas.

A atuação da Portas Abertas

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fonte:/www.portasabertas.org.br