Territórios Palestinos

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O cristianismo existe na região desde a época de Cristo. Os primeiros “cristãos” foram os judeus que viviam na Palestina (Judeia) e creram em Jesus; depois, foram os convertidos que se mudaram para a “Terra Santa”. Sob a autoridade islâmica, os cristãos sempre foram uma minoria, mas com o direito de viver e praticar sua religião.

Do trabalho de missões estrangeiras no Oriente Médio nasceu a igreja evangélica, que difere das igrejas tradicionais no que diz respeito à pregação do evangelho. As igrejas tradicionais não tentam evangelizar os muçulmanos, ao passo que as evangélicas creem que o evangelho deve ser compartilhado com todos.

Integrar-se às igrejas tradicionais não é fácil. Assim, os convertidos acabam se reunindo em congregações separadas, quase sempre fazendo seus cultos em secreto.

A Perseguição

A perseguição que os cristãos sofrem nos Territórios Palestinos se deve mais à guerra e ao aumento do radicalismo islâmico por grupos como o Hamas.

A Autoridade Nacional Palestina não possui Constituição, mas a Lei Básica respeita a existência de outros grupos religiosos e a liderança geralmente considera isso também. Contudo, a Lei Básica afirma que o islamismo é a religião oficial e que os princípios da Sharia (lei islâmica) devem ser a principal fonte da legislação. O mesmo ocorre nos territórios dominados pelo Estado de Israel: a Lei Básica Israelense respeita a existência de outros grupos religiosos, mas na prática favorece grupos judeus ortodoxos, em detrimento de outras minorias religiosas, declarando-se um “Estado Judeu Democrático”.

A situação em Gaza é mais difícil do que na Cisjordânia. Além das difíceis condições de vida, os cristãos sentem-se ameaçados pelo governo do Hamas.

A Igreja Batista de Gaza, dirigida pelo pastor Hanna, foi pega em meio ao fogo cruzado. Ela já foi invadida pelo Hamas nos conflitos de 2007 contra o Fatah e bombardeada durante os conflitos entre Israel e Hamas, em 2008-2009.

História e Política

O território conhecido hoje como Palestina, ou Territórios Ocupados Palestinos, é formado por duas regiões distintas: a Cisjordânia, ao norte do Mar Morto, fazendo fronteira com a Jordânia; e a Faixa de Gaza, na costa do Mar Mediterrâneo, fazendo fronteira com o Egito. Seu nome deriva do grego Palaistine ou Philistia, que significa “invadir”, em referência aos filisteus, que, na antiguidade, invadiram e habitaram (século XII a.C) o território pertencente aos cananeus. Os romanos adotaram a terminologia para se referir à sua província judaica, anteriormente conhecida como Judeia, mas a chamavam de Siria-Palaestina, por considerá-la parte da província da Síria. Após a perda da “terra santa” pelos cruzados europeus, a região ficou conhecida como Palestina*.

A história da Palestina é geralmente ligada à dos fenícios, sírios e hebreus. Essa região foi conquistada e habitada por diversos povos, como egípcios, filisteus, hebreus assírios, babilônios, persas, macedônios, sírios selêucidas, Império Romano, bizantinos (Império Romano do Oriente) e pelos árabes muçulmanos no século VII d.C. Devido à sua posição estratégica de passagem entre a Ásia e a África, essa região tem sua história marcada por conflitos e disputas entre impérios. Durante os séculos I e II d.C., sob o domínio romano, diversas revoltas aconteceram na Palestina, o que levou à dispersão do povo judeu para outras regiões (diáspora) dominadas pelo Império Romano e à destruição do segundo templo em Jerusalém. Do século XVI ao início do XX, a Palestina foi dominada pelo império Turco-Otomano, tendo ficdo sob a administração da Grã-Bretanha ao final da Primeira Guerra Mundial.

No final do século XIX, imigrantes judeus começaram a chegar à Palestina, impulsionados principalmente pelo movimento Sionista**  de retorno à terra dos seus antepassados e patriarcas da fé judaica. Após a Segunda Guerra Mundial, em que milhares de judeus foram brutalmente perseguidos e assassinados na Europa pelos nazistas, a pressão sobre as grandes potências pela criação de um Estado-Nação para os judeus aumentou significativamente. Em maio de 1948 foi criado o Estado de Israel.

Desde então, ocorreram várias guerras e conflitos entre árabes e israelenses (1948 – Guerra de Independência; 1967-Guerra dos Seis Dias e 1973 – Guerra do Yom Kippur), nas quais diversas potências árabes tiveram participação ativa (Egito, Síria, Líbano, Transjordânia). Além disso, diversas resoluções da ONU foram criadas e acordos, traçados (Camp David), para solucionar o impasse que gira em torno da questão da divisão do território entre palestinos e judeus. Nos últimos 30 anos, as intifadas e revoltas geradas por grupos extremistas têm sido o principal pesadelo de Israel, dificultando os acordos de paz. O fato é que há intransigência tanto de um lado quanto de outro.

Depois de uma série de acordos assinados entre 1994 e 1999, Israel transferiu à Autoridade Palestina a responsabilidade pelas áreas povoadas por palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

As negociações para determinar o status permanente dessas duas regiões, entretanto, culminaram na intifada (revolta) dos palestinos, em setembro de 2000, porque forças israelenses reocuparam áreas controladas por palestinos. Depois da morte do líder palestino Yasser Arafat, em 2004, Mahmud Abbas, do partido Fatah, foi eleito presidente da Autoridade Palestina em janeiro de 2005.

Um ano depois, o Movimento de Resistência Islâmico, Hamas, ganhou o controle do Conselho Legislativo Palestino. A comunidade internacional recusa-se a aceitar o governo do Hamas, que não reconhece o Estado de Israel, não abre mão da violência e não honra acordos de paz previamente feitos entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina. O relacionamento entre o governo de Mahmud Abbas (presidente da Autoridade Nacional Palestina) e o Hamas tem sido marcado por conflitos e acordos desrespeitados, o que tem custado caro aos civis palestinos, que acabam feridos e até mortos durante os embates.

A data proposta para se firmar esse acordo de status permanente foi adiada indefinidamente por causa da violência e de acusações feitas por ambos os lados envolvidos.

*Historicamente o termo Palestina abrange todo o território que hoje está dividido entre o Estado de Israel e as áreas habitadas por árabes palestinos, “Faixa de Gaza e Cisjordania”, respectivamente sob o governo do Hamas e da Autoridade Nacional Palestina.

**Sionismo deriva da palavra Sião ou Zion, que é um dos termos bíblicos dados à cidade de Jerusalém. Portanto, o principal objetivo desse movimento era o retorno dos judeus a Sião (Palestina), que histórica e culturalmente pertencera a seus antepassados, antes de destruição do primeiro templo judeu em 586 A.C e do exílio na Babilônia. SHLAIM, Avi. A Muralha de Ferro.
Segundo a definição do Wikipédia: O Sionismo é um movimento político e filosófico que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel (Eretz Israel).

População

A população nos Territórios Palestinos está dividida em dois principais grupos étnicos: os judeus e os árabes. A demografia foi dividida em dois territórios distintos: a  Cisjordânia e a Faixa de Gaza. A população da Cisjordânia (senso 2004) é estimada em 2.535.927.

Estima-se que 187 mil colonos israelenses estão na Cisjordânia, nos chamados assentamentos judeus. A taxa de crescimento da população, de acordo com o senso de 2007, é 2,98%. Os árabes constituem 83% da população; os judeus compreendem 17%. O Islã é a religião predominante e 75% da população são os seguidores do Islã; 17% são judeus e 8%, cristãos.

Na Faixa de Gaza, a população total é de 1.080.000. A taxa de crescimento populacional é 3,71%. Principais grupos étnicos são os árabes palestinos, que compõem 99,4% da população, e judeus, que constituem os restantes 0,6%. Na população, 98,7% são muçulmanos, 0,7% são cristãos e os judeus são 0,6%.

Economia

A situação de conflitos constantes entre israelenses e palestinos gera ao governo palestino muitos problemas, impedindo seu crescimento econômico. O setor mais expressivo da economia palestina é o da produção de alimentos, mas sua economia é muito dependente de ajuda financeira externa. O comércio palestino é muito prejudicado pelo rígido controle

*Os Territórios Palestinianos compreendem três regiões não contíguas – a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Após a extinção do Mandato Britânico da Palestina, esses territórios foram capturados e ocupados pela Jordânia e pelo Egito durante a Guerra árabe-israelense de 1948. Durante a Guerra dos seis dias (1967), foram ocupados por Israel. http://pt.wikipedia.org/wiki/Territ%C3%B3rios_palestinianos